Histórico do bairro Vila União

O bairro VILA UNIÃO foi fundado pela prefeitura de Fortaleza em 23 de agosto de 1940. Antes de ser chamado VILA UNIÃO, aqui eram terras de propriedade da Sra. MARIA DE CONCEIÇÃO JACINTO, que em 1938 vendeu-as para o Dr. MANOEL SÁTIRO, que logo tratou de lotear as terras. Vindo ela da cidade de UNIÃO, hoje chamada jaguaruana, deu o nome do loteamento de VILA UNIÃO.
Como já moravam aqui, a Família Jacinto e a Família Parreão, estas estão incluídas entre os primeiros moradores, junto com seu Pedro Flor, Seu Elisio da Vacaria, Sr. Chico Viana, Sr. Chico Ferreira, Dona Marquina e Dona Osminda.
Com a venda dos lotes, vieram a Família do Sr. Frutuoso, a Família de um Sr. Conhecido como Pacoti. A Família Gadelha, a Família do Sr Antônio Cambista, etc.
O progresso do bairro veio de forma lenta, não tinha luz e a água usada era de cacimbas. Existia a lagoa que também abastecia o bairro e era chamada de “LAGOA DO PAIA”, só depois passou a ser chamada de LAGOA DO OPAIA.
A primeira escola do bairro funcionou na residência do Sr. JOSÉ RAMOS GADELHA, e quem lecionava era sua filha, a jovem Tereza Estela, que se transformara na primeira professora a servir o bairro. A escola era financiada pela Maçonaria, que pagava a professora e cedia todo o material usado.
O corretor responsável pela venda dos lotes era o Sr. Moacir Machado, que era maçom, daí a razão pela qual a maçonaria se prontificou em ajudar na educação do bairro.
O Parreão era totalmente separado do VILA UNIÃO e já possuía a sua escola. Hoje os dois estão interligados e a VILA UNIÃO o absorveu.
O transporte não existia e quem fosse ao centro da cidade, tinha que pagar transporte no Benfica ou na Aerolândia.
Como o bairro necessitava de transporte, arranjaram umas camionetas para fazer a linha. O tenente César, que fazia a linha do Montese, botou ônibus para servir o bairro, porém seus ônibus eram velhos e quase sempre davam prego. Algum tempo depois, veio a Empresa Nossa Senhora de Fátima, que tinha qualidade e capacidade de atender ao bairro.
Na época em que o Dr. Othon Sobral era delegado de policia e sendo amigo do Sr. José Ramos Gadelha, ele atendeu ao seu pedido que foi reforçado pelo Sr. Antônio Cambista e da Sr. Chaguinha Gadelha, para colocar no bairro um posto policial, mas, para que o posto fosse instalado os moradores tiveram que arcar com o aluguel do prédio. Entre os delegados de maior prestigio junto a população podemos citar o delegado Pacheco.
Com a chegada de novas famílias, formaram o 1º time do bairro com o nome de ABC. Como o time não tinha condições de compra as chuteiras, D. Chaguinha Gadelha, o Sr. Moacir machado e os jovens fizeram uma animada quermesse para compra as chuteiras do time, no que conseguiram o seu intento. O time jogava no campo onde hoje é a pracinha do bairro.
Com a chegada de um comerciante por nome de Sr. Mathias, quando na mesma época era candidato a Prefeito de Fortaleza o Gal. Manoel Cordeiro Neto, formou-se então uma comissão composta pelo Sr. Matias, Sr. Moacir Machado, D. Chaguinha Gadelha e o Sargento Marinheiro para pedir uma escola pública para o bairro. Com a vitória, o pedido ao General Cordeiro Neto foi atendido e em 1964. A escola foi inaugurada com o nome General Cordeiro Neto, e tendo como diretora a Sra. Iolanda Magalhães.
O bairro também não tinha igreja, o povo assistia missa da capelinha de Santa Luzia, que foi construída pela Família Ferreira. Muito tempo depois, foi construído um pequeno salão na pracinha para ser a igreja, que com o passa do tempo transformou-se na igreja Matriz que é hoje. Quem primeiro celebrou missa no antigo salão foi o Padre Luiz.
Como o numero de moradores crescia, a política chegou e uma cobrança constante da população: a luz elétrica, que só veio em 1957. O telefone só muito tempo depois.
O clube foi feito aos poucos, pois os recursos eram limitados. A primeira sede funcionou na Rua Jorge Acúrcio, onde hoje é a residência do Profº Marlielson, depois foi para o outro lado do trilho e por fim, na Rua Almirante Rufino, em frente a pracinha, sede esta que é ate hoje. O presidente era o Sr. Luizinho Xavier, sendo assessorado pelo Sr. Nóbrega. O clube aos poucos cresceu, sendo freqüentado pelas famílias do bairro e bastante respeitado como clube social na grande Fortaleza, inclusive considerado como um dos melhores clubes nos projetos carnavalescos. Com a morte do Sr. Luizinho, o clube passo por varias administrações e aos poucos foi transformando-se em alvo de inutilidade e hoje não passa de um clube sem nenhuma pretensão social.
A estrada de ferro que passa pela VILA UNIÃO liga Parangaba ao Mucuripe e foi construída em 1942.
Um fato que causou muita tristeza no bairro foi quando passaram por aqui, os “Pracinhas” que iam para a 2ª. Guerra Mundial e os mais antigos ainda lembram desse fato com uma ponta de tristeza.
O nome Barro Preto, nunca significou nada para o bairro, o que aconteceu foi que: quando um Sr. Chamado Domingos Saruê, construiu sua casa de taipa com um barro muito preto, daí surgiu essa versão de barro preto, mas nunca com o nome do bairro.
A pracinha do bairro foi inaugurada no dia 08.12.1968, dia da consagração da Nossa Senhora da Conceição.
Outro fato que merece ser lembrado é no tocante dos nomes das ruas, inicialmente as ruas do nosso bairro receberam o nome de santos, com o passa dos tempos, essa ruas ganharam novos nomes e os nomes antigos caíram no esquecimento.
Alguns dos nossos moradores são conhecidos fora do nosso bairro, por feitos próprios, como é o caso do Zé do Búzio “o informador de ruas”, o falecido João”contador de mentiras”, Jair Morais, pelo jeito”folclórico de cantador”.

Fonte: Zé do Buzo, Pesquisa dos alunos do Projeto Proinfor.

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